A Contribuição de Francisco Borges Vieira à Pesquisa e ao Ensino em Saúde Pública
Francisco Borges Vieira integrou o primeiro grupo de bolsistas brasileiros na Escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, Estados Unidos, entre 1918 e 1920. No retorno ao Brasil, teve um papel relevante na formação do pensamento sanitário brasileiro, como revela sua ampla produção acadêmica sobre os mais variados temas.Vinte e cinco anos depois da morte de Borges Vieira, uma exposição feita a partir dos acervos históricos da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo destaca a importância desse autor para a constituição da saúde pública como campo do conhecimento. Pesquisa e ensino o aproximavam de outros profissionais que, na São Paulo dos anos 1920 a 1950, reuniram-se no Instituto de Higiene – posteriormente Faculdade de Higiene e Saúde Pública.
Estudos epidemiológicos, estatísticos e parasitológicos, análises sobre a qualidade da água, o alcoolismo e as doenças mentais estavam entre os inúmeros temas privilegiados por ele em sua produção – além de interesses biográficos e historiográficos, revelados nos textos de sua autoria sobre Emílio Ribas.
Como professor, tornou-se livre-docente da cadeira de Higiene e lecionou outras disciplinas, inclusive nos cursos de Enfermagem de Emergência durante os confrontos entre paulistas e o governo central na Revolução de 1932.
Destacamos, ainda, a experiência de Borges Vieira na administração pública, nos períodos em que dirigiu o Instituto de Higiene, a Faculdade de Higiene e Saúde Pública e o Serviço Sanitário do Estado de São Paulo.
O empenho de Vieira na divulgação científica pode ser apresentado como traço distintivo em relação aos seus companheiros, contemporâneos na área da Saúde Pública. Ele utilizou-se do espaço dos jornais e das revistas de grande circulação para explicar noções básicas de higiene, cumprindo assim mais uma tarefa importante ao longo de sua trajetória profissional.

Francisco Borges Vieira (1893-1950), em retrato integrante do álbum da turma de Médicos Sanitaristas formados em 1943 no Instituto de Higiene, da qual foi paraninfo.

Alunos, professores e monitores do segundo Curso de Enfermagem de Emergência, 1932. À direita da maca estão Francisco Borges Vieira e Iracema Niebler.
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